segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Conexão Curitiba (Brasil) – Montpellier (França) - (Texto 4)

Curitiba (Brasil) e Montpellier (França), os locais que foram base para experiências desse projeto, mostram que os procedimentos nômades se modificam consideravelmente em cada contexto.

Montpellier abarcou duas experiências diferentes, uma no verão e outra no inverno, em dois momentos distintos da mesma cidade. No verão, a praça aberta, com um café ao ar livre, foi o lugar por onde circularam as camisetas amarelas, os envelopes com instruções, a rede de acontecimentos e uma tensão quase de sociedade secreta. A tática deste lugar foi de receber três pessoas para quem as ações eram programadas, e gerar, a partir desta relação com elas, ações e acontecimentos que indiretamente alcançassem outras pessoas que já estavam no local.

Chegando o inverno, a ação foi cancelada pela meteorologia, sem as pessoas e o Sol a praça ficava sem a tensão necessária, sem o café ao ar livre, sem a linha para que a rede pudesse ser costurada.

Então, no inverno, a ação se transformou. Criaram-se novas táticas para a nossa estrutura, para os casacões e cachecóis. As ações eram menores, o frio deixou tudo mais sutil, as ficções eram mais privadas e as proposições mais alargadas no tempo. O verão levou com ele a ansiedade e a pressa. Ficou maior a autonomia e também os espaços vazios a serem preenchidos por quem topava a experiência. As frestas abertas naquele momento eram mais finas mas nem por isso menos eficientes e provocadoras. Eram diferentes e, por isso, desafiadoras.
É a observação ativa que faz com que o contexto te apresente possibilidades, com que ele te mostre o que pode ser feito dentro dos procedimentos já catalogados. É na prática da observação que as ações se tornam necessárias, que os procedimentos se tornam específicos, que a infiltração se cria de maneira eficiente.

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